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Madeira

Funchal celebra ‘conquistas de Abril’ com tolerância e olhos postos no futuro

“É com grande sentido de responsabilidade que hoje vos dirijo algumas palavras por ocasião das celebrações do 46º aniversário do 25 de Abril. Uma comemoração diferente, em que a maioria de nós se encontra confinado nas suas casas, sem poder viver a normalidade que Abril nos trouxe, mas uma comemoração imperativa, qual obrigação moral, como homenagem a todos aqueles que, com a sua bravura, abriram o caminho à Democracia”. Foi assim que o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Silva Gouveia, começou o seu discurso das comemorações do 46º aniversário do 25 de Abril, após cumprimentar todos aqueles que impossibilitados de participar na cerimónia “têm o Funchal no coração”.

Miguel Silva Gouveia sublinhou que neste momento de estado de emergência “vozes de intolerância se fazem ouvir no Parlamento, ecoando alarmismos xenófobos que ferem a sociedade”, pelo que importa “manter viva a conquista colectiva de um sistema democrático”.

“Ontem à noite, todas as freguesias do Funchal foram iluminadas por cinco cravos no céu, que representam isso mesmo: celebrar Abril é celebrar a Liberdade, a Constituição e o direito a uma vida digna para todos; é celebrar o Sistema Nacional de Saúde, universal e gratuito, é celebrar o direito à Educação para todos; é celebrar a protecção social e os direitos no trabalho; celebrar Abril é celebrar as autonomias e o poder local democrático que nos permite ter o nosso destino nas mãos”, enalteceu o autarca, recordando o espectáculo luminoso da noite passada.

“Sem podermos contar com os pilares de Abril, a actual crise de saúde pública seria uma autêntica tragédia”, acrescentou Miguel Silva Gouveia, vincando que importa proteger as ‘conquistas de Abril’ de “soberbas ideológicas e de partidarismos pouco orientados para o interesse comum, fazendo de Portugal, no meio da situação em que vivemos, um exemplo para todo o mundo”.

Disse ainda que “a melhor coisa que podemos fazer todos os anos, e todos os dias, para estar à altura das conquistas de Abril é, no entanto, nunca tomá-las por garantidas. É nunca julgá-las irreversíveis, porque os saudosismos espreitam ao virar de cada esquina”.

Quanto ao futuro, o presidente da Câmara diz que “o Funchal sabe o que quer: sustentabilidade financeira e ambiental, equidade e justiça social, reabilitação urbana e habitação, inovação e inteligência, proximidade e participação cívica”.

Voltando a referir-se à pandemia, afirmou ainda que “o momento é de união, tolerância e entreajuda”. “Para vencermos o inimigo comum, temos o dever de quebrar os medos com racionalidade e precisamos de coragem para derrubar estigmas com empatia e amizade. Por tudo isso, onde quer que estejamos, continuaremos a celebrar e a repetir Abril”, rematou.

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