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Madeira

Machico diz que “a covid-19 não vai matar o 25 de Abril”

A Câmara Municipal de Machico, a Junta de Freguesia e o grupo de cidadãos por ‘Machico, Terra d’Abril’ programou um conjunto de iniciativas simbólicas para assinalar os 46 anos da Revolução

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“A Revolução dos Cravos foi decisiva para mudar Portugal e a Madeira. Mas, também, foi importante para dar uma nova vida a Machico, lugar que foi um dos pioneiros no contagiar dos ideais do Movimento dos Capitães, tendo, por isso, conquistado o epíteto de ‘Terra de Abril’. Neste ano, a covid-19 atingiu a Humanidade, devido ao estado de emergência, não será possível fazer a comemoração desta efeméride, como nos anos anteriores, com a reunião de pessoas e festejos públicos. Mesmo assim, cada um de nós pode e deve celebrar o 25 de Abril, porque ele está não apenas no material e no presencial, mas sobretudo no espírito de cada português, madeirense e machiquense. Em 2020, fiquemos livremente “presos” nas nossas casas, para podermos alcançar, o mais rapidamente possível, toda a nossa liberdade, com plena saúde”.

Foi esta a mensagem deixada pela comissão organizadora das comemorações dos 46 anos do 25 de Abril em Machico, composta pela Câmara Municipal de Machico, a Junta de Freguesia e o grupo de cidadãos por ‘Machico, Terra d’Abril’.

A data foi assinalada com um conjunto de iniciativas simbólicas, como a colocação de um arranjo de cravos na varanda do Edifício dos Paços do Concelho, onde também foi afixado um painel alusivo ao 46.º aniversário da Revolução dos Cravos. Já na Baía de Machico foi colocado um letreiro luminoso alusivo ao 25 de Abril.

“Apesar destas limitações”, a comissão machiquense considera que “o 25 de Abril não desaparece, ele está activo”.

“Sentimos, nesta calamidade, na prática e no dia a dia, nomeadamente em Machico, os valores da solidariedade e da fraternidade que a Revolução dos Cravos nos trouxe. Assistimos ao apoio aos mais desfavorecidos, da parte de muitas instituições, como a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia do concelho, com o fornecimento de alimentos e medicamentos às famílias carenciadas e aos idosos sozinhos e debilitados, de refeições e fotocópias aos estudantes mais necessitados e de outros auxílios sociais. Isto também é a chama de Abril”, sustenta em comunicado de imprensa, realçando que “este tempo continua a ser um momento de luta”, por um “melhor serviço regional de saúde, impedindo atropelos aos direitos de quem trabalha e exigindo mais meios para os órgãos autárquicos apoiarem satisfatoriamente as suas populações, numa acção conjunta dos cidadãos, sindicalistas e autarcas”.

“Convençamo-nos que o covid-19 não vai matar o 25 de Abril”, afirma a mesmo comissão, lembrando que “ao longo da História, houve várias crises económicas e sanitárias que fizeram morrer milhões, mas não destruíram a Humanidade, nem os seus princípios orientadores”.

“Portanto, o 25 de Abril continuará. Saibamos nós, cada um de nós, junto dos nossos e em cada uma das nossas casas, cultivar e divulgar a sua história e o seu património”, remata a mesma nota com a “esperança para que, com mais segurança e saúde, brevemente, voltemo-nos a reunir no Largo da Vila de Machico, para comemorarmos, fraternalmente, um 25 de Abril mais saudável”.

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