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Crédito mal parado sobe na China entre Janeiro e Março

Foto EPA/XINHUA/LI XUEREN
Foto EPA/XINHUA/LI XUEREN

O crédito malparado subiu na China, no primeiro trimestre do ano, à medida que a segunda maior economia do mundo paralisou devido ao surto do novo coronavírus, segundo dados oficiais hoje divulgados.

O rácio de crédito em risco subiu para 2,04% no final de março, um aumento de 0,06% em relação a dezembro, informou a Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China (CBIRC), em conferência de imprensa.

A subida ocorre apesar das moratórias acordadas com os credores, sobretudo pequenas empresas, num valor total de 880 mil milhões de yuan (114 mil milhões de euros) e reestruturação de 576.800 milhões de yuan (74 mil milhões de euros) em dívidas, durante o mesmo período, segundo o regulador.

Os bancos chineses, liderados pelo Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), estão a preparar-se para uma queda sem precedentes nos lucros, este ano, ao mesmo tempo que enfrentam as consequências do surto de Covid-19.

Os maiores bancos do país divulgarão os resultados do primeiro trimestre na próxima semana, já depois de outros credores globais revelarem fortes perdas nos resultados trimestrais.

Os norte-americanos JPMorgan e Wells Fargo divulgaram, na semana passada, as maiores perdas com empréstimos no espaço de uma década.

Face à pressão exercida pelos reguladores, os bancos adotaram uma abordagem mais branda na classificação dos empréstimos com ratings baixos, numa tentativa de manter as linhas de crédito e dinamizar a economia.

O Governo chinês está assim a pressionar os bancos a fornecer mais crédito para resgatar pequenas empresas, que foram as mais afetadas pelo bloqueio.

O rácio de crédito em risco vai continuar a aumentar, no segundo trimestre, mas os riscos gerais estão sob controlo, segundo o diretor de risco da CBIRC, Xiao Yuanqi.

Cerca de 7,1 biliões de yuan (923 mil milhões de euros) em novos empréstimos foram concedidos nos três primeiros meses do ano, uma subida homóloga superior a 20%, segundo dados oficiais.

No primeiro trimestre deste ano, a China sofreu a pior contração económica desde 1970, após ter paralisado durante quase dois meses, devido às medidas para travar a epidemia de covid-19, segundo dados anunciados na sexta-feira.

O consumo doméstico, que no ano passado compôs 80% do crescimento económico da China, afundou 19%, em termos homólogos, entre janeiro e março, abaixo da maioria das previsões.

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