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Sono é “boa arma” para sistema imunológico funcional

Verena Senn revela a importância do sono para evitar ou mitigar os feitos do novo coronavírus.

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Dormir bem pode ser uma forma eficaz de ajudar o sistema imunológico a evitar vírus ou a mitigar os seus efeitos no organismo. Sobretudo agora, numa altura em que o mundo se debate com a pandemia mortal Covid-19.

Verena Senn, Neurocientista e especialista do sono da ‘Emma - The Sleep Company’, defende a teoria e explica que “quanto mais se dorme, melhor”. E explica porquê: “Uma noite de sono de qualidade também fortalece o nosso sistema imunológico e um sistema imunológico que funcione bem é a espinha dorsal da nossa saúde, é essencial para a nossa defesa contra vírus, como muitos estudos independentes por todo o mundo demonstram”.

A neurocientista refere ainda que os vírus “infectam as células acoplando-se às proteínas da superfície e injectando a sua própria matéria”. Como resultado, “a produção das nossas próprias células é invadida e começa a produzir mais e mais vírus”, sendo certo que quando este processo é concluído, “a célula infectada morre e liberta os novos vírus que, por sua vez, infectam outras células”.

Nos dias de hoje somos regularmente expostos a uma variedade de vírus e o nosso sistema imunológico tem as suas próprias funções de protecção. “Para termos células assassinas naturais suficientes no corpo, o sono é de extrema importância”, refere Verena Senn, explicando que se dormirmos pouco “somos muito mais susceptíveis a doenças e infecções”.

Sobre o número de horas devemos dormir por noite e quando devemos ir para a cama, a especialista explica que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que sejam “entre sete a nove horas de sono por noite”.

Ao contrário da crença popular, “não é possível compensar o sono perdido”, assegura, referindo que não há um horário uniforme ou ideal para ir para a cama. “Existe o relógio biológico interno - chamado pelos biólogos de cronógrafo - o ritmo circadiano e durante o ciclo dia-noite da Terra, este relógio interno é sincronizado repetidamente. No entanto, a sincronização dos nossos relógios internos é muito individual, o que explica a existência de madrugadores e pessoas que preferem acordar tarde”, refere.

Quanto à forma ideal para promover um bom sono, Verena Senn fala na ligação entre o relógio internocom a luz e o escuro. “O relógio interno é amplamente controlado pela melatonina. Os receptores dos nossos olhos são sensíveis à luz azul e sinalizam ao cérebro que é de dia e, por isso, devemos estar alertas e acordados. Para que a melatonina mantenha um ciclo saudável de sono/ vigília, telemóveis ou computadores, por exemplo, devem ser utilizados apenas até duas horas antes da hora de dormir”, aconselha a especialista, destacando ainda outro motivo: atividades online, como contactos sociais ou consulta de notícias actuais, podem impedir que estejamos calmos e relaxados para adormecer”.

Recomenda ainda “dormir a uma temperatura ambiente de cerca de 19°C e beber mais água durante o dia do que à noite, abraçar algo quente ou tomar um banho”, explicando que o calor dilata os vasos sanguíneos nas mãos e nos pés, libertando o excesso de calor corporal, algo que o corpo precisa para “adormecer”.

Face à situação actual que obriga à prática do teletrabalho, Verena Senn defende que as pessoas que tiveram de montar o seu escritório em casa “devem escolher um local fora do quarto ou, pelo menos, um canto separado para trabalhar”, recomendando áreas compartimentadas para a rotina diária e para o trabalho, e locais para descanso e lazer. “Isto também se aplica a horários - embora não deva sair de casa, é importante separar o horário de trabalho dos intervalos e, conscientemente, terminar o período de trabalho a uma hora estipulada”.

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