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Madeira

Levantamentos e pagamentos com cartão multibanco cresceram apenas 0,8% por ‘culpa’ do isolamento social

Dados divulgados sobre os movimentos na rede regional no 1.º trimestre de 2020, com forte influência de Março com -15,3%

Foto Shutterstock
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No 1.º trimestre de 2020, o valor agregado dos levantamentos e das compras através de terminais de pagamento automático da rede Multibanco cresceu apenas 0,8% em termos homólogos, influenciado pela forte quebra em Março”, precisamente o mês que resultou na necessidade de isolamento social por causa da covid-19.

Os dados fornecidos pela Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS) para a RAM e divulgados esta segunda-feira pela Direcção Regional de Estatística (DREM), referentes a Janeiro, Fevereiro e Março deste ano, “mostram que os montantes relativos às duas principais operações da rede Multibanco (levantamentos e compras através de terminais de pagamento automático), considerados no seu conjunto, ascenderam aos 393,5 milhões de euros”, ligeiramente superior ao 1.º trimestre de 2019.

“Parte do trimestre em referência, particularmente a 2.ª metade de Março, foi já influenciada por algumas medidas restritivas para controlo da pandemia do COVID-19, nomeadamente a entrada em vigor do Estado de Emergência, pelo que é importante decompor a variação trimestral por mês”, assinala a DREM. “Assim, enquanto em Janeiro, aquele agregado cresceu 8,1% em termos homólogos, acelerando para 10,8% em Fevereiro, em Março observa-se um recuo muito pronunciado de 15,3%”, aponta.

Voltando à análise do trimestre, diz a DREM que “o crescimento registado foi maioritariamente impulsionado pelo aumento de 4,3% verificado nas compras através de terminais de pagamento automáticos (TPA), já que nos levantamentos registou-se uma quebra de 4,1%. Note-se que em Março de 2020, os levantamentos reduziram-se em 18,0% e as compras através de TPA em 13,5%”, uma vez mais provando a ‘culpa’ da pandemia.

Refira-se, ainda, que “o acréscimo no 1.º trimestre de 2020 derivou do aumento nos movimentos com cartões nacionais, que registaram um crescimento de 1,2%, enquanto para os internacionais houve um decréscimo de 1,5%. No mês de Março, os montantes movimentados com cartões nacionais baixaram 11,7%, sendo que no caso dos internacionais essa redução foi ainda mais acentuada, de 34,6%”, também por causa do acelerado e forçado repatriamento de turistas que ainda estavam na Madeira nessas duas últimas semanas do mês passado.

Curiosamente e porque também seria expectável, dada a forte procura por abastecimentos por parte dos madeirenses, “entre o 1.º trimestre de 2020 e igual período de 2019 os pagamentos cresceram 5,7%”, evidencia a DREM.

Note-se que “a nível nacional, os montantes movimentados nas operações em análise da rede Multibanco tiveram uma tendência semelhante. Nos levantamentos, a quebra foi de 4,2%, contrariamente às compras através de TPA que aumentaram 1,2%, enquanto os pagamentos cresceram 2,9%. A variação homóloga dos levantamentos agregados às compras através de TPA no país foi de -1,0%. Em Março, este agregado caiu 18,2%, com a diminuição a ser de 16,7% nas compras através de TPA e de 20,4% nos levantamentos”.

Voltando à análise dos dados regionais, “observa-se que desagregando os levantamentos em nacionais e internacionais, os primeiros totalizaram no 1.º trimestre deste ano 143,7 milhões de euros, decrescendo 3,3% face ao período homólogo, enquanto os segundos perfizeram 12,0 milhões de euros, -13,2% que no mesmo período de 2019”, uma vez mais por força da retirada de turistas dos hotéis para os aviões para os seus países.

“Por sua vez, as compras através de TPA feitas com cartões nacionais rondaram os 189,9 milhões de euros (+4,8% que nos primeiros três meses de 2019) enquanto as compras realizadas com cartões internacionais ascenderam aos 47,9 milhões de euros (+2,0% que no período homólogo)”, aponta, antes de concluir com a desagregação por concelho: “A análise dos dados por município mostra que os levantamentos agregados às compras através de TPA decresceram na Calheta (-10,4%), no Porto Moniz (-4,2%) e no Funchal (-1,5%), enquanto nos outros municípios a variação foi positiva, destacando-se o Porto Santo (+29,0%) e Santana (+10,4%).”

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