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Autonomia em tempos de COVID-19

A Madeira conquistou a sua autonomia político-administrativa em 1976, permitindo um desenvolvimento pujante pela mão da direita o longo de 44 anos. Contudo, novos desafios têm colocado à prova o atual quadro autonómico, sendo sensato questionar se esta autonomia serve os interesses dos madeirenses e portosantenses. A última década foi fértil em demonstrações de insuficiência da nossa autonomia em vários domínios, desde a mobilidade, à fiscalidade e agora no atual cenário de pandemia.

Perante tal cenário, o fecho gradual dos aeroportos da região era imperativo. Todavia, suas excelências de Lisboa, entenda-se, governo da república Portuguesa e ANAC, não atenderam às reivindicações do governo regional. É verdade que a ANAC regula o espaço aéreo nacional mas, é igualmente facto que os aeroportos regionais são património da região pagos pela Madeira/UE. Agora parece que será uma realidade na páscoa porque, dizem eles, há um grande fluxo de pessoas a decorrer nesta altura. Nada contra, mas que dizer do fluxo de turistas que existe na Madeira? Não é também um grande fluxo?

O cargo de representante da república, cargo que faz lembrar os governadores no tempo do colonialismo, está ultrapassado e não foi este o garante do provável controlo pandémico na Madeira. Não é razoável existir um cargo que a república Portuguesa utiliza quando entende para impor as suas diretrizes. O diálogo deve ser feito pelo governo regional e o governo da república Portuguesa.

Termino elogiando todos os profissionais da saúde, mas também o trabalho exímio e corajoso do governo regional e da secretaria regional da saúde, pela gestão adequada naquele que, e é preciso frisá-lo, é o calcanhar de aquiles da governação regional. Sublinho-o porque isso eleva ainda mais o bom trabalho desenvolvido por um governo que deve continuar a merecer a confiança da população.

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