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Coronavírus Mundo

Máscaras estão a desaparecer dos hospitais

Hospital em Elvas é um desses casos, levando à abertura de inquérito

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As máscaras de protecção para o coronavírus estão a desaparecer dos hospitais. Já são conhecidos casos em Portugal e França. A Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) abriu um inquérito interno para apurar as circunstâncias do desaparecimento de máscaras de protecção no serviço de Medicina do Hospital de Santa Luzia, em Elvas.

“Não podemos qualificar se se trata de um furto ou não. Participámos às autoridades policiais esta circunstância e temos aberto um inquérito para apuramento do que aconteceu”, disse hoje à agência Lusa Joaquim Araújo, vogal executivo do conselho de administração da ULSNA, de que faz parte o hospital de Elvas, no distrito de Portalegre.

O mesmo responsável admitiu que o desaparecimento de máscaras de proteção da unidade hospitalar, que ocorreu no passado fim de semana, poderá estar relacionado com o novo coronavírus (Covid-19).

“Esta situação poderá ter a ver com esta problemática [surto de Covid-19] e as pessoas, especialmente os funcionários, numa atitude defensiva, julgamos nós, tomam esta medida, mas só o inquérito eventualmente poderá esclarecer”, disse.

Joaquim Araújo não quantificou o número de máscaras de protecção que desapareceram do serviço de Medicina do Hospital de Santa Luzia, uma vez que ainda está a ser feito o “apuramento de tudo”.

No entanto, garantiu que a situação “não põe em perigo qualquer fornecimento aos serviços” e afastou a possibilidade de ser feito comércio com as máscaras.

“É grave, não nego a situação porque aconteceu, mas já foram tomadas medidas para salvaguardar tudo”, acrescentou.

Cerca de dois mil máscaras cirúrgicas também desapareceram de um hospital de Marselha, cidade no sul de França, em plena crise ligada à epidemia de Covid-19, anunciaram hoje fontes do agrupamento de hospitais da região.

As caixas de máscaras estavam guardadas no bloco central do hospital público de “la Conception” com acesso reservado ao pessoal de saúde autorizado e eram destinadas aos pacientes no bloco operatório, disse fonte da Assistência pública -- Hospitais de Marselha (AP-HM), confirmando uma informação inicialmente dada pelo jornal ‘La Provence’.

“A AP-HM já abriu um inquérito interno para encontrar os autores deste roubo” assegurou a direção do hospital.

A AP-HM divulgou uma nota interna para o pessoal hospitalar do bloco “para lembrar que o uso das máscaras está estritamente reservado à prática profissional”.

No seguimento deste roubo, foram distribuídas informações pela AP-HM para “proteger os ‘stocks’ (máscaras, soluções hidroalcoólicas) e para evitar que este tipo de incidentes volte a acontecer”.

As autoridades tranquilizaram os utentes, indicando que “o ‘stock’ restante é suficiente para assegurar a atividade do bloco e que foram emitidas novas ordens para a reposição rápida”.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou hoje para o “rápido esgotamento” do ‘stock’ de materiais de proteção para lutar contra o novo coronavírus, uma escassez que põe em perigo a resposta mundial à epidemia.

A agência especializada da ONU estima que, por mês, serão necessárias mundialmente 89 milhões de máscaras, como também 76 milhões de luvas e 1,6 milhões de óculos de proteção.

Entretanto, um camionista britânico foi detido hoje no porto de Tânger Med, no norte de Marrocos, quando tentava retirar ilegalmente 100.000 máscaras protetoras do país, atualmente afetado pelo novo coronavírus.

Segundo informa o portal marroquino le360.ma, o motorista do camião pretendia levar essas máscaras protetoras para o seu país para revendê-las a um preço próximo de 30 euros cada uma.

O valor da mercadoria confiscada foi estimado em 30 milhões de dirhams (cerca de 3 milhões de euros), explicou a mesma fonte, e o detido encontra-se atualmente à disposição da Polícia Judiciária.

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