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Ordens dos Médicos e Farmacêuticos aplaudem estado de emergência

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Os bastonários das ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos concordam e defendem como medida importante o estado de emergência hoje decretado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente decretou hoje o estado de emergência para fazer face ao novo coronavírus, que provoca o Covid-19.

“O estado de emergência era absolutamente essencial”, disse o bastonário da ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, no final de um debate sobre a doença que decorreu na Ordem dos Médicos (transmitido em streaming).

A medida, disse, agradou à generalidade da classe médica e surge porque, acrescentou, se está perante “uma situação muito grave” e “com uma mortalidade bem acima da gripe sazonal”.

Olhando para o que a China fez para conter a pandemia, ou Macau, é possível perceber o que se tem de fazer, disse Miguel Guimarães, acrescentando que o Presidente “tomou uma boa atitude” que é um sinal de “bom senso”.

Como de resto o primeiro-ministro também tomou medidas importantes, como a de ir contra o Conselho Nacional de Saúde Pública e mandar fechar as escolas, recordou.

Ana Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, também considerou a medida do Presidente da República como boa e acrescentou que, com o estado de emergência, “as normas vão ser intensificadas” e que os portugueses todos juntos vão vencer “a guerra”.

A comparação da pandemia, que em Portugal já infetou mais de 600 pessoas, com uma “guerra” foi uma constante das intervenções dos dois bastonários. “Neste momento isto é uma guerra do vírus contra a humanidade”, disse Miguel Guimarães, acrescentando que é preciso chamar os militares para esta “guerra”.

Miguel Guimarães criticou que algumas medidas tivessem sido tomadas demasiado tarde, que os portugueses também demorassem a perceber a gravidade da situação, e avisou depois: “a estratégia de guerra é para ser levada a sério”.

Considerando como fundamental que o diagnóstico da doença fosse feito fora dos hospitais, Miguel Guimarães reafirmou que há profissionais de saúde, em unidades de saúde, sem equipamentos de proteção individual, e avisou que “é bem provável que os ventiladores que existem no país não sejam suficientes”.

O responsável revelou que há um grupo de profissionais que está a trabalhar na possibilidade de serem feitos ventiladores em Portugal.

Ana Paula Martins disse que as farmácias portuguesas são procuradas diariamente por um milhão de pessoas e lamentou que tenha até agora havido “falta de liderança” na luta contra a pandemia.

“Não é o momento de apontar o dedo. Mas de dizer que só chegámos a esta situação de uma reação mais lenta nalgumas medidas porque as lideranças foram desvitalizadas”, disse.

A Direção Geral de Saúde (DGS) está “muito depauperada, sem os recursos que precisa”, e o mesmo se passa com entidades como a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde ou o Instituto Nacional de Saúde, avisou.

O debate foi organizado pela FDC Consulting, uma empresa de comunicação ligada ao setor da saúde, e juntou também o pneumologista Filipe Froes, o professor jubilado da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Francisco Antunes, e o infeciologista António Diniz.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira. O número de mortos no país subiu para dois.

No mundo o Covid-19 infetou mais de 210 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.750 morreram.

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