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Venezuela regista oito novos casos, número de infectados sobe para dez

Foto EPA
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As autoridades venezuelanas anunciaram na sexta-feira oito novos casos confirmados, elevando para dez o número de infectados pelo surto de Covid-19.

O anúncio foi feito pelo ministro venezuelano de Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez, através da televisão estatal venezuelana, precisando que todos os pacientes confirmados estão em quarentena.

“Fizemos mais de 30 [novas] testes em pessoas provenientes de zonas de alta prevalência ou que apresentavam algum tipo de sintomas e temos de informar de maneira responsável que oito dos mais de 30 casos que foram avaliados no dia de hoje [sexta-feira] deram positivo para infecção por coronavírus”, disse.

Segundo Jorge Rodríguez, os novos casos de infectados confirmados são seis homens e duas mulheres.

O ministro explicou que três dos infectados são viajantes que chegaram à Venezuela provenientes de Espanha, dois dos Estados Unidos, um da Colômbia e dois venezuelanos que foram infectados por terem estado em contacto com algumas destas pessoas.

Entre os novos infectados está um tripulante de cabina de um dos voos.

Além do Estado de Miranda (leste de Caracas), a Venezuela tem casos confirmados em Apure, Cojedes e Arágua, a oeste e sudoeste da capital.

O ministro anunciou a suspensão, por 30 dias, dos voos da República Dominicana e que nas próximas horas o Presidente, Nicolás Maduro, dará a conhecer medidas relacionadas com uma “quarentena selectiva” por regiões, e insistiu que as pessoas devem evitar sair das suas casas.

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou, na noite de sexta-feira, o “estado de alarme” no país para poder “ditar decisões drásticas” e combater a pandemia, quando o país regista dois casos confirmados de infecção.

Nicolás Maduro ordenou na quinta-feira a suspensão, a partir de hoje, dos voos provenientes da Europa, Colômbia e Panamá durante 30 dias.

Como parte das medidas estão também restringidas as entradas de pessoas provenientes do Irão, Japão e Coreia do Sul.

Missas sem abraços e orações em família pelo fim do surto na Venezuela

As missas católicas na Venezuela realizam-se a partir de hoje sem abraços, com a Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) a pedir aos fiéis que orem a Deus, em família, nas suas casas, pelo fim da pandemia do coronavírus.

“Não vai haver o ritual da paz e nada de abraços. Vamos fazer um momento de silêncio numa situação tão difícil”, disse o director da Missão Católica Portuguesa à agência Lusa.

Segundo o cónego Alexandre Mendonça, as pessoas devem orar em casa e ter muita precaução.

“Este domingo haverá apenas uma missa, pelas 16 horas [20 horas em Lisboa], na sede da Missão Católica [em Caracas]. Não haverá as tradicionais missas no Centro Português de Caracas e no Centro Marítimo de Venezuela [antigo Centro Luso de Caracas]”, disse, recordando que os clubes portugueses no país estão encerrados desde sábado.

Por outro lado, a CEV emitiu um comunicado lembrando que os católicos estão na Quaresma, a caminho da Páscoa, e sublinhando que “é prudente limitar a actividade de grupo” e “orar insistentemente a Deus principalmente desde as igrejas domésticas (famílias, lares), pela saúde da comunidade e de todo o mundo”.

“Pedimos que as pessoas que estão doentes ou com sintomas de constipação ou gripe, ou pessoas de idade muito avançada, que fiquem em casa, que visitem o médico se tiverem algum sintoma do vírus (...), é um ato de caridade se não comparecerem às celebrações litúrgicas, seja no domingo ou nos actos da Semana Santa. Podem juntar-se a eles, através dos meios de comunicação social”, explicou.

A CEV precisou que os padres devem eliminar os recipientes de água benta e insistir com os fiéis para que, enquanto durar a emergência, não toquem nas imagens sagradas porque se podem tornar num foco de transmissão do vírus.

“O ritual da paz, deve suprimir-se até novo aviso, ou fazer um gesto que não implique contacto físico (...). A comunhão deve ser recebida com a mão, devendo os que a vão distribuir exercer extrema higiene antes e depois das cerimónias litúrgicas”, adiantou.

Nesse sentido, apelou aos sacerdotes que sofrem de gripe ou alguma condição respiratória que não celebrem a eucaristia com os fiéis e muito menos distribuam a comunhão ou confessem. E que quem confesse deve usar máscara.

“A comunidade deve saber que a eucaristia ainda não foi suspensa e que as autoridades da Igreja Católica estarão observando a evolução do Covid-19 no país, para tomar decisões nesse sentido”, sublinhou.

Além de recomendar evitar o contacto físico, a CEV pediu o adiamento de encontros, assembleias, reuniões religiosas ou formativas e actos de devoção.

Por outro lado, solicitou às autoridades venezuelanas “que equipem hospitais e centros de saúde do que é necessário em instrumentos médicos e de protecção, para atender os pacientes”.

Na quinta-feira, os venezuelanos vão realizar, nos lugares onde se encontrarem, mas principalmente em família, nas casas, “um grande dia de oração” a São José, patriarca e protector da Igreja, para que interceda e liberte a Venezuela e o mundo da pandemia do novo coronavírus.

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