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Consumo de álcool na rua deve ser proibido para sempre, defende associação

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O presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto avançou hoje à Lusa que vai pedir ao Governo para que a proibição de consumo de bebidas alcoólicas na via pública para combater a pandemia Covid-19 seja uma “medida permanente” em Portugal.

“Espero que esta medida que o Governo faz agora, no âmbito de uma situação dramática que é este vírus, que se aproveite para ser permanente. “Essa medida peca por tardia, já devia ter sido aplicada muito antes de acontecer esta situação. Espero que essa medida seja permanente, porque o consumo do álcool por menores nas ruas é uma constante no fim de semana, seja no Porto, seja em Lisboa”, declarou António Fonseca, presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto.

O Governo decidiu hoje proibir o consumo de bebidas alcoólicas na via pública e a realização de eventos com mais de cem pessoas no âmbito das medidas de combate à pandemia Covid-19.

O ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita apelou ainda para que ninguém faça deslocações “que não sejam absolutamente necessárias”, considerando que apenas se justificam as saídas para trabalhar, comprar comida ou visitar idosos ou outras pessoas dependentes que precisem de assistência, por exemplo.

“Vamos propor que a medida [da proibição do álcool na rua], seja nacional e permanente, salvo nas áreas concessionadas. (...) Espero que seja uma medida para ficar”, reiterou, congratulando-se com a medida governamental.

O presidente da Junta de Freguesia defendeu ainda que a medida de proibir a realização de eventos com mais de cem pessoas “não faz sentido” e que essa proibição deve ser total.

“Cem pessoas é muita gente, porque conhecendo nós a realidade da noite e agora com os estabelecimentos fechados é fácil reunir um evento qualquer. Ainda por cima há empresários que não olham a meios e reúnem 100 pessoas e todos se divertem”, declarou, reiterando a proibição total.

A Associação de Bares da Zona Histórica do Porto já tinha indicado recentemente que vários espaços de animação noturna do Porto iam encerrar, por causa do sentimento de insegurança causado pela pandemia Covid-19 e pela ausência de informação “credível”.

Em 10 de março, o presidente da Associação de Bares da Zona Histórica do Porto acusava a Direção-Geral da Saúde e a Administração Regional de Saúde do Norte de não terem feito qualquer recomendação sobre cuidados a ter na noite do Porto para mitigar o contágio pelo novo coronavírus.

Em entrevista telefónica à Lusa, na altura, António Fonseca lamentava que até ao momento nem a Direção-Geral da Saúde (DGS), nem a Administração Regional de Saúde (ARS Norte) tivessem contactado aquela estrutura para iniciativas preventivas sobre o surto do Convid-19 junto dos cidadãos que usufruem da noite no Porto.

O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.400 mortos em todo o mundo.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos de infeção confirmados para 245, mais 76 do que os registados no sábado.

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