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Dezenas de pessoas homenageiam professor português que morreu em Timor-Leste

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Dezenas de pessoas, incluindo muitos alunos timorenses, lançaram hoje flores ao mar no centro de Díli em homenagem ao professor português Carlos Alberto Martins Vintém, que morreu de doença súbita na terça-feira.

A homenagem, que decorreu em frente ao Palácio do Governo, em Díli, contou com a presença de colegas do professor de 63 anos - conhecido como Cabé pelos amigos e natural de Portalegre -, alunos e outros cidadãos timorenses e portugueses.

“Foi um momento bonito de solidariedade e de homenagem ao professor, mas acima de tudo à pessoa, ao homem que era, e que vai deixar saudades entre amigos, colegas e alunos aqui em Timor-Leste”, disse à Lusa Lina Vicente, coordenadora do projeto em que o professor estava integrado.

A homenagem decorreu depois de uma missa na Catedral de Díli acompanhada, entre outras pessoas, pela ministra da Educação, Juventude e Desporto, Dulce Soares, e pelo embaixador de Portugal em Díli, José Pedro Machado Vieira.

“Ele adorava Timor e para nós, os timorenses, ficará sempre nos nossos corações”, disse Antonieta de Jesus, a outra coordenadora do projeto.

Também Dulce Soares prestou homenagem ao professor, lamentando “a tragédia” e agradecendo o serviço de todos os docentes portugueses que estão no país.

Notícias da morte de Carlos Vintém foram partilhadas amplamente nas redes sociais em Timor-Leste, com muitas mensagens de condolências e de homenagem.

Carlos Vintém, que lecionava em Timor-Leste desde 2013, estava atualmente destacado no Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE) em Ainaro, a cerca de 110 quilómetros sul da capital, depois de ter passado por escolas em Maliana e no enclave de Oecusse.

Era um dos docentes que integram o projeto luso-timorense de requalificação do ensino em língua portuguesa nas escolas de Timor-Leste.

Carlos Vintém começou a sentir indisposto na segunda-feira, tendo ainda dado aulas. Ainda foi à clínica médica de Ainaro, tendo viajado para Maubisse, onde foi visto por um médico que recomendou a sua transferência para Díli, onde acabou por chegar já morto.

Lina Vicente destaca o impacto que a morte do professor teve entre a comunidade portuguesa, mas também junto dos timorenses, com a ministra da Educação, Juventude e Desporto, Dulce Soares, e outros responsáveis a visitarem de imediato a morgue do Hospital Nacional Guido Valadares.

O corpo ainda vai ser autopsiado antes do processo de transladação para Portugal, mas, na quarta-feira e hoje, decorreu um velório e uma missa por onde passaram inúmeras pessoas, incluindo um representante do Presidente da República.

“Todos quiserem prestar homenagem a um homem que deixa memória, cheio de energia e dinamismo, de boa disposição”, recordou Lina Vicente.

Alunos do CAFE de Díli, em representação dos mais de 8.800 alunos do projeto, e professores de vários municípios, associaram-se à homenagem ao professor do primeiro ciclo.

“Foi tudo muito súbito. Ele estava bem, vinha feliz no seu regresso em fevereiro a Timor. Gostava de Timor”, notou Lina Vicente.

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