>
Mundo

Covid-19 leva UE e Reino Unido a suspenderem negociações presenciais sobre o Brexit

Michael Gove é o ministro do Conselho de Ministros.  Foto EPA
Michael Gove é o ministro do Conselho de Ministros. Foto EPA

O surto de Covid-19 levou a União Europeia (UE) e o Reino Unido a decidirem hoje não realizar, presencialmente, a segunda de negociações sobre o relacionamento pós-’Brexit’, marcada para a próxima semana em Londres, admitindo discussões via videoconferência.

“Dados os últimos desenvolvimentos do Covid-19, os negociadores da UE e do Reino Unido decidiram hoje, conjuntamente, não realizar a ronda de negociações da próxima semana em Londres, na forma originalmente programada”, indicam os blocos comunitários e britânico num comunicado conjunto.

Segundo a nota, Bruxelas e Londres estão agora a “explorar formas alternativas de continuar as discussões, incluindo, se possível, com o recurso a videoconferências”.

Já na quarta-feira, ministro britânico Michael Gove tinha admitido que a próxima ronda de negociações entre Londres e Bruxelas poderia ter de ser adiada devido ao surto do novo coronavírus.

“Tínhamos a expectativa de receber a reunião do comité conjunto no Reino Unido no dia 13 deste mês e que a nossa ronda das negociações [em Bruxelas] ir para a frente, mas recebemos indicações da Bélgica de que pode haver um problema de saúde específico”, revelou Michael Gove, numa audição com a Comissão parlamentar sobre o Futuro Relacionamento com a UE.

Michael Gove é o ministro do Conselho de Ministros.

A primeira ronda de negociações para um futuro acordo de comércio decorreu na primeira semana de março em Bruxelas e a segunda estava prevista para se realizar em Londres entre quarta-feira 18 de março a sexta-feira 20 de março.

Estas negociações arrancaram cerca de um mês depois da consumação da saída do Reino Unido do bloco comunitário, em 31 de janeiro, visando um acordo comercial abrangente.

Previa-se que as rondas de negociações fossem realizadas alternadamente em Bruxelas e no Reino Unido, num contrarrelógio por o prazo estipulado para a sua conclusão ser 31 de dezembro deste ano.

Entretanto, o surto de Covid-19 alterou os planos.

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.

A China registou nas últimas 24 horas 15 novos casos de infeção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), o número mais baixo desde que iniciou a contagem diária, em janeiro.

Até à meia-noite de quarta-feira (16:00 horas em Lisboa), o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu em 11, para 3.169. No total, o país soma 80.793 infetados.

Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.

A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.

Fechar Menu