Madeira

Governo vai lançar plataforma digital para vender produtos da Madeira

Miguel Albuquerque aponta o lançamento para o primeiro semestre de 2021

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Miguel Albuquerque acaba de anunciar que o Governo Regional está a trabalhar em uma plataforma digital para vender os produtos da Madeira em todo o mundo, estimando que o novo canal virtual seja apresentado no final do primeiro semestre de 2021. 

O presidente do Governo Regional falava durante a visita à Fábrica Santo António, no Funchal, empresa que classifica como "icónica" e "de sucesso" na Região: "A ideia é criar uma plataforma digital, com um motor de busca de primeira ordem, onde podemos colocar todos os produtos regionais em venda no mercado mundial", revelou o presidente do Governo, estimando atingir "cerca de seis mil milhões de consumidores". A plataforma está a ser desenvolvida por empresas de ponta uma vez que "os motores de busca têm de ser muito rápidos no mercado mundial", acrescentou .

Sobre a Fábrica Santo António, Miguel Albuquerque lembrou que foi das primeiras empresas portuguesas a apostar no conceito vintage, sublinhando a qualidade dos produtos, o marketing e embalagens, e a própria confecção: "É um tipo de loja de produtos madeirenses que tem um potencial de crescimento. Esse crescimento tem que estar em consonância com a capacidade de resposta, mas acho que estes produtos têm saída em qualquer parte do mundo ou em qualquer mercado". 

Miguel Albuquerque revelou ainda que a Fábrica Santo António já se candidatou à linha de exportação - apoio recentemente anunciado pelo executivo madeirense, a ser inscrito no próximo orçamento: "A ideia é subsidiarmos os produtos de exportação até ao continente, o transporte, e subsidiar também a importação de produtos para a transformação e para posterior exportação. A Fábrica Santo António é candidata a essa linha". Além disso, o número um do GR reforçou que existem outros apoios públicos a que empresa poderá concorrer, sobretudo para "a fábrica continuar a melhorar a sua capacidade tecnológica. É uma fábrica artesanal mas está dotada de equipamentos de vanguarda para fazer face às necessidades  do mercado, e temos as linhas para a empresa se poder socorrer".

Questionado sobre se já recebeu alguma resposta do Governo da República, de ontem para hoje, referente ao pedido de aval de empréstimo de 458 milhões de euros à Região, Miguel Albuquerque respondeu que continua à espera. 

Fábrica Santo António

O administrador da Fábrica Santo António, Roberto Vieira, também revelou que a empresa, que já nasceu há 127 anos, está a estudar a aposta no mercado virtual, assunto sobre o qual já conversou com Miguel Albuquerque: "Já falamos com o sr. presidente que lançou o desafio para a parte do desenvolvimento online. Tem um enorme potencial, uma vez que as pessoas não se conseguem deslocar à Região nesta fase, é uma oportunidade também de fazer chegar os produtos às pessoas". O objectivo é também chegar a novos clientes como resposta às consequências económicas da pandemia: "É uma situação que ninguém estava à espera. Uma das coisas que fizemos recentemente foi aproveitar o tempo em que estivemos fechados para fazer melhoramentos na loja. E tentamos chegar a alguns clientes que no passado não chegávamos. Nesta fase é aguentar e regressar com mais força no próximo ano", afirmou Roberto Vieira. 

Recente aposta é também a distribuição dos produtos artesanais no Reino Unido, para além do continente - por exemplo no Corte Inglês ou  nas lojas A Vida Portuguesa, de Catarina Portas. O próximo passo é aumentar a distribuição no Norte e no Sul do país, onde a Fábrica Santo António já está presente, mas pretende crescer. Mais tarde, França pode ser outro dos objectivos: "Nesta fase iniciamos a exportação para o Reino Unido, mas queremos chegar a outros pontos como França. Um passo de cada vez". Até porque um dos eixos do negócio é manter a qualidade e os produtos artesanais: "É uma fábrica que se vai manter artesanal, não vamos abdicar disso e que tem sempre algum tempo para desenvolver a exportação porque a capacidade de resposta não é muito elevada". 

A Fábrica Santo António foi fundada por Francisco Roque Gomes da Silva, primeiro como fábrica de bolachas e de biscoitos, mas tem vindo a inovar lançando novas variedades, como compotas de fruta, broas com novos sabores e rebuçados de mel de cana, gengibre ou maracujá, para além dos tradicionais de funcho. A Fábrica de Santo António é um dos locais de paragem obrigatória para muitos turistas que visitam a Região e emprega, actualmente, 18 funcionários.

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